08Os Institutos Nacionais da Saúde (NIH) autorizou subsídios suplementares de um ano, totalizando US$ 1,67 milhões, para cinco instituições para descobrirem potenciais ligações entre as vacinas de COVID e as alterações menstruais, depois que milhares de mulheres relataram irregularidades menstruais após a vacinação.

De acordo com o site do NIH, algumas mulheres relataram ter tido ciclos menstruais irregulares ou ausentes, sangramento mais pesado do que o habitual e outras alterações menstruais após tomarem uma das vacinas de COVID.

O novo financiamento será destinado para pesquisas para determinar se as mudanças podem estar ligadas à própria vacinação da COVID, e quanto tempo durarão estas mudanças. Os pesquisadores também procurarão esclarecer os mecanismos subjacentes às potenciais mudanças menstruais relacionadas à vacina.

O estudo, com duração de um ano, seguirá inicialmente participantes não vacinados para observar as mudanças que ocorrem após cada dose. Alguns grupos excluirão os participantes que fazem uso de anticoncepcionais ou hormônios de afirmação de gênero,que podem ter seu próprio impacto nos ciclos.

Os pesquisadores avaliarão a prevalência e a gravidade das alterações pós-vacinação das características menstruais, incluindo fluxo, duração do ciclo, dor e outros sintomas. Estas análises serão responsáveis por outros fatores que podem afetar a menstruação – como estresse, medicamentos e exercícios – para determinar se as mudanças são atribuíveis à vacinação.

Os cinco estudos financiados pelo NIH serão conduzidos por pesquisadores da Universidade de Boston, Escola de Medicina de Harvard, Universidade Johns Hopkins, Universidade Estadual de Michigan e a Universidade de Saúde e Ciência de Oregon.

Os estudos provavelmente incorporarão entre 400.000 e 500.000 participantes – incluindo adolescentes e pessoas trans e não-binárias, de acordo com a Drª Diana Bianchi, diretora do Instituto de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano da agência, que está financiando a pesquisa junto com o Escritório de Pesquisa em Saúde da Mulher do NIH.

Ninguém esperava que [vaccination] afetasse o sistema menstrual, porque as informações não estavam sendo coletadas nos primeiros estudos de vacinas”,disse Bianchique creditou ao The Washington Post a cobertura antecipada da questão, em abril, com o primeiro conhecimento dela e de sua equipe.

Estes “estudos científicos rigorosos irão melhorar nossa compreensão dos efeitos potenciais das vacinas de COVID-19 sobre a menstruação, dando às pessoas que menstruam mais informações sobre o que esperar após a vacinação e potencialmente reduzindo ahesitação vacinal“, continuou Bianchi.

Até agora, nenhum estudo publicado examinou – ou ofereceu provas conclusivas – de possíveis ligações entre as vacinas e a menstruação.

Os ensaios das vacinas de COVID não perguntaram especificamente aos participantes se eles viram efeitos colaterais adversos em seus ciclos ou volumes menstruais – uma omissão que Bianchi justifica ao fato de que “a Autorização de Uso Emergência foi realmente focada em questões críticas de segurança” e que “mudanças em seu ciclo menstrual não é realmente uma questão de vida ou morte”.

Mas a falta de pesquisa formal sobre a potencial ligação entre os dois “aponta o fato de que os estudos de segurança para vacinas… não estão necessariamente pensando na saúde reprodutiva das mulheres”, Bianchi admitiu. “Esperamos que uma das coisas que vai sair disto é que as perguntas sejam acrescentadas aos estudos de ensaios clínicos para incluir quaisquer mudanças na saúde menstrual”.

De acordo com o NIHnumerosos fatores podem causar mudanças temporárias no ciclo menstrual, um sistema que é regulado por complexas interações entre os tecidos, células e hormônios do corpo.

Respostas imunes a vacina de COVID poderia afetar a interação entre células imunes e sinais no útero, levando a mudanças supostamente temporárias no ciclo menstrual.

As mudanças menstruais após a vacinação de COVID também poderiam ser atribuídas a respostas imunes às vacinas e seus impactos sobre o útero, bem como ao estresse relacionado à pandemia, às mudanças no estilo de vida e ao próprio vírus.

Os novos estudos se basearão em pesquisas existentes e aproveitarão dados de aplicações de rastreamento menstrual para avaliar os impactos potenciais das vacinas de COVID sobre a saúde menstrual entre populações geográfica e racial e etnicamente diversas.

Os pesquisadores esperam que, após um processo de revisão por pares, as descobertas sejam publicadas até o final de 2022 ou pouco tempo depois.

Conforme relatado pelo The Defender,os pesquisadores pediram ensaios clínicos desde abril para rastrear e documentar as mudanças mesntruiais nas mulheres vacinadas depois que várias mulheres relataram sangramaento hemorrágico com coágulos, períodos atrasados ou ausentes, sintomas súbitos da pré-menopausa, clicos de até um mês e sangramento irregular e intenso apís terem sido vacinadas com uma ou ambas as doses das vacinas de COVID.

De acordo com os dados mais recentes do Sistema de Notificação de Eventos Adversos à Vacina (VAERS) – o principal sistema financiado pelo governo dos EUA para relatar reações adversas à vacina no país – entre 14 de dezembro de 2020 e 27 de agosto de 2021 – houve 7.963 relatórios totais de distúrbios menstruais após a vacinação com uma das vacinas de COVID.